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PRAZER, PANIQUENTA

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Não tomo o assento do lado direito do avião, sobretudo se estiver vestindo algo na cor verde.
Tenho as pernas sempre inquietas, que parecem balançar ao som de twist.


Minha mente não para nunca, nunquinha.
Ofegante, saio em disparada pela porta, pois também não suporto as multidões.


Chorosa, abandono o carro no meio da rua, já que travo toda vez que dirijo na chuva.
Conheço pelo nome os médicos do pronto socorro e sei muito bem o que é a CID 10.


Hipocondria é comigo mesma. Tenho todos os sintomas (ou penso ter) de espondilite anquilosante, lúpus, doença de Crohn, artrite reumatoide, fibromialgia, doença celíaca, gastrite crônica, hipertensão, osteoporose, asma, sacroileíte e até gripe aviária (cof cof).


Sou a doida chorando no teleférico do Big Buddha, gritando para sair da Monga, descendo de um banquinho com medo de quebrar o pescoço.


Corro de qualquer abelha, pois acredito piamente ser alérgica e morro de medo de ter uma reação anafilática no caso de uma picada (trauma do Meu Primeiro Amor, eu sei).


Temo o veneno na comida da rua, na comida da minha própria mãe.


Acredito ter o dom para prever as maiores catástrofes do futuro, mas não trago nenhuma pessoa amada em três dias.


Corro da missa se a leitura for Apocalipse.


Não leio nada sobre Nibiru ou Nostradamus.
Sei bem o risco que os asteroides representam e jamais serei do time que grita “Vem logo, meteoro!”.


Tenho medo de dormir e não acordar.


Também amo procurar os significados de cada sonho que tenho em sites duvidosos da internet.


Tenho medo de enlouquecer, de ter uma nova crise a qualquer momento, em qualquer lugar.


Tenho medo de morrer; medo até de viver.


Tenho medo do medo de temer!


Mas calma aí, sou muito mais do que isso, você vai ver.


Primeiro, permita-me que eu me apresente:
prazer, Paniquenta.

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